segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aka Jigou - Primeiros seis episódios num post





AKA JIGOKU - Os 6 primeiros episódios juntos em um post

Ano 3013. O mundo está dividido em colónias. Existe cinco colónias: Kyojin, Yami, Kibô, Fukushu  e a colónia humana Ningen que é a mais reduzida de todas. Viveram-se séculos de paz até que Akuyaku Waru tomou conta da colónia vermelha, a colónia Yami. Assim que o sucessor de Heiwa Shiro subiu ao poder, prometeu liquidar os dois territórios mais fracos: Kibô e Ningen e tomar posse dos outros para que apenas ele reinasse. Em poucas semanas os habitantes de Yami, seres musculosos, de cerca de cinco metros de altura e de cor avermelhada destruíram Kibô. Agora era o momento de atacar Ningen.

As nuvens vermelhas que pairavam por cima de Ningen era sinal de a paz seria perturbada em breve. Furui Choro, responsável da colónia humana, apelou à calma porém já muita gente tinha tentado sair da cidade. Ficavam-se pelas tentativas pois eram apanhados pelos inimigos e mortos no local. No meio da cidade ouvia-se uma pequena flauta, Yuki Kodomo, tentava acalmar os seus melhores amigos, os pequenos esquilos que o rodeavam sempre que começava uma música nova. Gen'yu Moji e Okubyomono Herupa surgiram no horizonte, o primeiro espantou os esquilos.
- O que estás a fazer? - interrogou Yuki zangado - Pára com isso!
- Os vermelhos estão a chegar! - exclamou Gen'yu - E tu divertido com estes animais!
- Só os estava a acalmar!
- És mesmo um tótó! - exclamou Okubyomono - Pensa no teu pai! No teu irmão!
- Eu vou agora para casa. - respondeu Yuki. - Mas eles estão em segurança.
Subitamente o silêncio invadiu a cidade. A música das lojas parou. Os carrosséis do parque Yoji pararam. Os olhos de Yuki arregalaram-se de pânico. Um vermelho surgiu do nada no meio dos três jovens. O vermelho apanhou Okubyomono e levantou-o no ar rindo-se.
- Ajudem! - exclamou o jovem desesperado - Por favor ajudem!
- Temos que o ajudar! - gritou Yuki - Gen'yu!
Porém quando olhou para o lado, Gen'yu já estava longe, em passos rápidos fugia da morte certa. Yuki voltou a olhar para Okubyomono em pânico.
- Por favor Yuki...
Os vermelhos tinham uma força sobre-humana. O vermelho que tinha apanhado Okubyomono em poucos segundos despedaçou o corpo do amigo de Yuki.
- O meu pai! O meu irmão! - exclamou Yuki lembrando-se que estavam ambos a trabalhar no campo que ficava perto da entrada da cidade - Não! Não!
Yuki correu o mais depressa que podia, em lágrimas tentava convencer-se que tudo estaria bem. Porém, assim que chegou ao campo teve noção da realidade. O campo tinha sido invadido pela cor vermelha, rios de sangue de todos os mortos pelos vermelhos.
- Pai! Ototo! - chamava em desespero - PAI! OTOTO!

Ninguém respondia. Ao longe avistou um corpo com uma camisola de lã que o pai costumava usar. Tinha sido oferecida pela falecida mãe pelo décimo aniversário de casamento dos dois. Yuki correu até ao local e deu um grito de horror. Os olhos do seu pai estavam sem vida, as pernas estavam separadas do seu corpo, no seu colo estava o corpo inerte do irmão sem braços. Yuki ajoelhou-se em lágrimas, à sua volta gritos de dor e horror oriundos do centro da cidade. Os vermelhos iam matar toda a gente.

- Malditos! Malditos! - repetia Yuki enquanto dava murros no solo - Vermelhos, vocês pagarão!
O silêncio. Yuki fechou os seus olhos e tentou não ouvir os gritos que o rodeavam. Todos aqueles que conhecia estavam a ser mortos pelos vermelhos. As lágrimas caíam gota a gota Jm pequeno charco formado pelas últimas chuvas eram o único som que interrompia os gritos de pânico. Subitamente o seu braço foi puxado, abriu os olhos lentamente, tudo o que aconteceu em segundos mas que pareciam horas, olhou para baixo e viu as casas já distantes, os seus olhos viraram-se para cima, uma jovem de cabelos loiros segurava o seu braço.
- Quem és tu?
A jovem sorriu.
- Tamashi.
- Temos que sair daqui! - exclamou um jovem mais gordo de cabelos escuros, ambos tinham o mesmo fato vermelho com um "H". - Rápido Tamashi! Os vermelhos estão a voltar!
- Ok, Osoku! - anuiu Tamashi - Vamos!

Subitamente Yuki apercebeu-se. Tratava-se da brigada Tobu, uma das várias brigadas da organização Shinguru. A brigada Tobu reúnia pessoas com a habilidade de voar.
- És uma Hiko! Fazes parte da brigada Tobu!
- Sim, mas agora temos que sair daqui.
- As brigadas não têm cinco pessoas? O que aconteceu aos outros três? Eles...
Subitamente apareceram mais dois jovens e uma mulher mais velha no horizonte.
- Não. - respondeu Tamashi - A nossa brigada é imortal! Rakki! Seijin! Shoshinsha!

O sorriso de Tamashi desapareceu de imediato, os três eram perseguidos por dois vermelhos bastante ágeis.
- Fujam! - exclamou Seijin - Saiam daqui! Escondam-se!
- São surdos? - questionou Rakki - Mexam-se!
- Não quero morrer! - gritou Shoshinsha que era o mais novo apenas com 14 anos - Não quero morrer!

Porém, um dos vermelhos apanhou as pernas de Shoshinsha e em um golpe rápido partiu-lhe os ossos das pernas.
- Shoshinsha! - exclamou Rakki voltando para trás - Não!
Seijin colocou-se à frente de Rakki impedindo a sua passagem.
- Sai da frente!
- Ele já está morto! - vociferou Seijin - Se tu fores lá ficamos todos em risco!
- Passaste os últimos meses da tua vida com Shoshinsha! Apagaste as velas dos 14 anos dele! E condenas-o à morte?
- Sabes perfeitamente que não podemos fazer nada! Não agora! Só estamos aqui para salvar o maior número de pessoas possível! Podes não ljgar aos que salvamos mas se voltares para trás além de Shoshinsha, também eu, Osoku e Tamashi morreremos!
Antes que Rakki pudesse contradizer Seijin o vermelho pegou em um rochedo e esmagou a cabeça de Shoshinsha.
Os cinco da brigada Tobu ficavam reduzidos a a quatro...

- SHOSHINSHA! - gritou Rakki em lágrimas - NÃO!
- Temos que ir! - apelou Seijin - Rakki!
- Temos que chegar ao abrigo! Os vermelhos estão a espalhar-se pela cidade. Daqui a pouco não temos como passar! - alertou Tamashi - Rápido!
- Será que vocês não percebem - questionou Rakki - Foi um colega nosso que morreu!
- E morreremos todos se não sairmos daqui já! - repetiu Seijin - Vamos!

O vermelho que exterminara Shoshinsha deu um salto repentino colocando-se no meio de Rakki e Seijin, com a sua mão direita tentou apanhar o primeiro mas este desviou-se.
- Vamos! Vamos! - encorajou Seijin - Para o abrigo!
Rakki, Seijin, Tamashi e Osoku que agora levava Yuki partiram pelo céu em direcção ao abrigo.
Pela cidade toda ouviam-se os gritos das pessoas, os vermelhos estavam por todo o lado.
- Precisamos de reforços. - afirmou Seijin - Eles são demasiados.
- A brigada Nuru e a brigada Shudai têm que nos ajudar. - disse Rakki - Se unirmos as forças podemos acabar com eles!
- Estás bem? - perguntou Osoku a Yuki - Vais bem?
- Sim. - respondeu Yuki - Obrigado.
Faltavam poucos metros para o abrigo quando os olhos de Tamashi foram invadidos pelo pânico.
- Cho onsoku! Um vermelho veloz!

Nem todos os vermelhos eram iguais, o grupo Cho Onsoku eram vermelhos com uma rapidez fora do normal e por isso mesmo dos mais temidos.
- Merda, merda, temos que chegar ao abrigo antes que ele dê conta! - disse Seijin - Rápido!
- Não. - respondeu Osoku - Não vamos conseguir. Ele está demasiado perto do abrigo. - entregou Yuki a Tamashi - Pega nele.
- O quê? - perguntou Tamashi - O que vais fazer?
- Eu vou distraí-lo do outro lado. Assim vocês vão ter tempo de chegarem ao esconderijo.
- Não! - apelou Tamashi - Já perdemos um dos nossos hoje! Não vamos arriscar a perder outro!
- Não há outra solução - Osoku sorriu para Tamashi - Vais estar sempre no meu coração.
- O que é que estás a dizer? - interrogou Rakki - Impede-o Seijin!
- Ele tem razão. - Seijin dirigiu-se a Osoku - És um verdadeiro homem de coragem. Espero ver-te no abrigo.
Rakki dirigiu-se para Seijin e empurrou-o.
- Que merda de capitão de brigada és tu?
- Alguém que tem que tomar as decisões mais complicadas - respondeu Osoku - Seijin é um verdadeiro líder.
- E tu um verdadeiro soldado, Osoku - retribuiu Seijin.
- Não há tempo a perder! - exclamou Osoku - Assim que eu tiver a atenção daquele vermelho avancem!

Osoku arrancou para perto do vermelho veloz enquanto os outros iam-se aproximando em ritmo lento do abrigo.
- Ei, sua galinha! - gritou Osoku com os olhos fixos no vermelho veloz - Estou aqui! Anda apanhar-me!
O vermelho veloz com um movimento rápido aproximou-se de Osoku mas este mergulhou para mais perto do chão, o vermelho olhou para o chão e com o seu pé tentou acertar em Osoku.
- Vamos! - ordenou Seijin - Se queremos que a atitude de Osoku tenha algum sentido temos que no salvar!
Os quatro aumentaram a velocidade na direcção do abrigo.
- Disseram-me que eras rápido, vermelho, mas és mais lento que uma tartaruga! - gozou Osoku - Não me vês aqui?
Porém, desta feita o vermelho veloz conseguiu mesmo apanhar Osoku, prendeu-o os pés do jovem na mão direita e começo a bater com este contra o chão enquanto soltava gargalhadas.
"Seijin...Rakki...Tamashi....Shoshinsha....a gente vai se encontrar do outro lado". A cabeça de Osoku estava toda ensanguentada e os gritos de dor começaram a surgir chamando a atenção de Rakki e Tamashi que soltaram algumas lágrimas enquanto Seijin fechou o punho em ódio.
Estavam diante da porta do abrigo. Seijin bateu mas ninguém respondeu. Insistiu.
- Neste abrigo já não entra mais ninguém - ouviu-se de uma voz fraca do outro lado - Ninguém.

****

Os olhos de Seijin misturavam pânico e revolta. Olhou para o lugar onde Osoku estava caído, será que o seu companheiro tinha perdido a vida para nada?
- Abram já esta porta! – exclamou Seijin batendo com violência – IMEDIATAMENTE!
Rakki e Tamashi observavam o vermelho, caso o inimigo se apercebesse da presença deles teriam que fugir o mais rápido possível, Yuki não queria acreditar no que estava a acontecer.
- Não podemos abrir a porta. – respondeu uma voz cada vez mais fraca do outro lado – Não podemos.
- Se vocês não abrirem a porta estarão a condenar-nos à morte! – bradou Seijin – Será o nosso sangue nas vossas mãos!
- Se eu abrir a porta vocês estão mortos na mesma. – afirmou a voz do outro lado num tom seco – Mortos.
O vermelho veloz colocou o seu pé em cima da cabeça de Osoku e num gesto rápido esmigalhou-lhe a cabeça, depois começou a procurar novas vítimas.
- Acabou a conversa! – vociferou Rakki – Vamos entrar! Tenho uma Raito Gan! Se não quer morrer saía de perto da porta!
A Raito Gan era uma pequena pistola laser usada por muitos elementos das brigadas, era preciso muito treino para conseguir controlar a arma. A Raito Gan furava metal e madeira contudo contra os vermelhos pouco efeito tinha, usada nos olhos dos vermelhos podia cegá-los por alguns instantes, tirando isso era pouco útil.
Rakki tirou a arma e começou a fazer um buraco na porta, depois com um pontapé derrubou-a.
O cenário que os quatro encararam foi horrível, um velho, de barbas brancas e já calvo, estava deitado no chão a sangrar. Atrás dele escuridão e muitos gritos.
- Vocês…vocês cometeram um erro. – afirmou.
Os quatro reconheceram a voz, era  pessoa que não os havia deixado entrar.
- Porque é que não saíste da frente da porta? – interrogou Rakki – Porquê?
- Prefiro esta morte. – respondeu o velho – Será mais rápida. Rakuen…
- O quê? – perguntou Seijin confuso.
- Rakuen espera por mim, o meu corpo apaga-se mas a minha alma viverá para sempre. Por favor…se deram com a minha neta…Hana…digam-lhe que amo-a.
Tamashi abraçou o velho que morreu em seus braços. Rakki ligou a sua lanterna e apontou para a escuridão de onde vinham os gritos, soltou um grito de horror, dezenas de pessoas arrastavam-se pelo chão, muitas delas já com pouca carne, com os seus ossos à mostra.
- Sora no byoki! A peste chegou ao abrigo!
*****
Tamashi, Rakki, Seijin e Yuki ficaram em choque. A peste havia chegado ao abrigo. Provavelmente era a única coisa que todos temiam mais que os vermelhos. Uma doença que arrancava toda a pele dos humanos e quando estes pareciam estar mortos levantavam-se atacando outros e alastrando a enfermidade.

- E agora? – questionou Rakki – Se ficamos somos apanhados pela peste, se saímos somos mortos pelos vermelhos.
Os esqueletos começaram a levantar-se vagarosamente, aqueles que não tinham sinal algum de carne já se tinham transformado. Passo a passo em grunhidos irreconhecíveis aproximavam-se dos quatro humanos. Quando as surpresas pareciam ter parado, Yuki começou aos gritos, Tamashi tentou acalmá-lo mas sem sucesso. Seijin olhou para o rapaz enquanto este entrava em convulsões consecutivas.
- Ikari! – exclamou Seijin – Ele tem Ikari dentro dele!
Ikari não se poderia considerar uma doença, era um estado de fúria que durava alguns segundos, poucos eram os humanos que tinham, aliás só havia sido nomeada de Ikari há poucos anos atrás.
Yuki numa sucessão de murros e pontapés derrubou todos os esqueletos, depois virou-se para os três humanos.
- Ele não nos vê. – afirmou Seijin – A fúria cega-o.
- Mas não o podemos matar! – bradou Rakki – O que fazemos?
Os esqueletos voltaram a levantar-se atrás de Yuki.
- Eles já estão mortos. – afirmou Tamashi – É impossível matar algo que já está morto. E agora ainda temos esta criança possuída a querer matar-nos.
- dez…nove… - contava Seijin – aguardem, está quase!

Alguns segundos depois o corpo de Yuki caiu, o jovem desmaiou no chão perdendo a sua ira, Tamashi recuperou o corpo deste antes que fosse apanhado pelos esqueletos.
- Esqueçam. – suspirou Seijin – Não podemos ficar aqui. Vamos ter que voltar para o exterior. Pode ser que o vermelho tenha saído de perto daqui.
- Mas se ele ainda estiver morreremos! – vociferou Rakki – E a morte dos nossos amigos terá sido em vão!
- Se aqui ficarmos a morte é mais que certa. – ripostou Tamashi – Temos que procurar um novo abrigo.

Saíram do abrigo, Tamashi carregava Yuki que ainda encontrava-se sem sentidos, por causa disso voava mais lentamente que os outros. Subitamente, uma mão vermelha surgiu no seu caminho derrubando Tamashi e Yuki para o meio dos escombros de um antigo hospital totalmente destruído pelos vermelhos. Seijin olhou para trás e viu um inimigo diferente, o adversário mais temido, o vermelho Kyojin. O chefe de todos os adversários, de trinta metros de altura. 

******

“Se alguém encontrar esta carta é porque eu, o meu marido, e os meus dois filhos, uma de dois anos e outro de dez poderemos estar mortos. Pelos vermelhos. Por esses malditos vermelhos que só vivem para a tragédia dos outros.
No momento em que escrevo esta carta, os vermelhos acabaram de invadir a nossa cidade. Estão a destruir tudo pelo que nós lutamos para construir. Eu e o meu marido começamos a trabalhar ainda na flor da idade para darmos um futuro aos filhos que tivéssemos. Acabamos por ter dois filhos lindos, o Yoso e a Utsukushi. Fomos muito felizes até este momento. Não queremos morrer. Não queremos! Temos medo dos vermelhos. Temos receio da peste. Duvidamos que o governo possa fazer alguma coisa. Resta-nos a esperança em todos aqueles que continuam com coragem para lugar e que desobedeçam à lei se for esse o caminho para a nossa vitória.
Wakingu”

Tamashi leu aquela carta em lágrimas. O destino quis que a sua queda fosse precisamente ali, onde se encontrava aquele bilhete. Ao seu redor, quatro corpos sem vida, seria Wakingu, o seu marido, Yoso e Utsukushi. O que lhe mais custou foi ver o corpo da menina de dois anos. Ali, inerte. O sangue das vítimas ainda estava fresco, haviam sido apanhados há poucas horas atrás. Tamashi olhou com repulsa para Kyojin enquanto este se aproximava. Yuki levantou-se dos escombros e procurou por Tamashi.
- Tamashi! – exclamou Yuki – Temos que ir embora!
- Nem pensar! – ripostou Tamashi – Avança pela rua norte, o Seijin vai ver-te e apanhar-te. Eu tenho contas a ajustar!
- Tu não podes ficar! Vais morrer!
- FOGE DAQUI YUKI! – vociferou Tamashi em fúrias – FOGE DAQUI SENÃO SOU EU PRÓPRIO QUE TE MATO!
Yuki avançou pelos destroços das casas até à rua norte, Seijin que no céu  esperava por Tamashi e Yuki avistou-o. Chegou perto dele rapidamente.
- Onde está o Tamashi? – questionou – Onde?
- Ele ficou…
- Como assim ficou?
- Ele quer enfrentar o vermelho gigante.
- Mas ele enlouqueceu de vez?
A conversa dos dois foi interrompida por um grande estrondo. Kyojin havia caído. 

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