Lembram-se do mosquito de um dos capítulos de Carnália? Se não se
lembram paciência, ou não leram, ou não leram com atenção, ou estavam só a olhar
para as letras. Não se deixaram levar pela imaginação. É o mal do mundo actual,
há tantas “imagens” que deixamos um pouco de lado as nossas fantasias.
Bom, mas continuando, vamos viajar quatro anos no passado
para perceber como é que o mosquito foi parar ao…bom, não vou dizer, se não
leram o capítulo não vou andar já aqui a spoilar tudo. O mosquito chamava-se
Tizé, e havia feito oito anos. Mais oito anos do que todos os mosquitos anciões
lhe davam quando nasceu. Sim, quando Tizé furou a barriga da manhã atirando
sangue, veias e bocados de intestino para os arredores de Matagal (nome da
localidade onde Tizé nasceu) provocando a morte da sua mãe, todos pensavam que
também o bebé não sobreviveria.
Porém, contra todas as probabilidades o mosquito foi-se
aguentando, também muito graças ao irmão mais novo, Bidé, que o salvou de
vários emboscadas do irmão mais velho, Mané, que o culpava pela morte de sua
mãe.
Mas, há quatro anos atrás começou a batalha que todos temiam
mas sabiam inevitável. Mosquitos, Moscas, Melgas e Aranhas, quatro colónias defrontar-se-iam
na luta pelo trono deixando pelo Rei Pulga, um rei que tinha fodido espécies
femininas das quatro colónias e assim fazendo com em que cada uma delas
existissem aqueles que achavam ter o direito ao trono, Mané nos mosquitos,
Bronto nas Moscas, Chatérrimo nas Melgas e Felácia nas Aranhas.
2010 A.C.S. (2010 Antes da Centopeia Salvadora)
O castelo era silêncio e inquietação. Desde a morte do Rei
Pulga, que todos sabiam que a guerra estava prestes a começar. Não era o
Inverno que se estava a vir, mas sim toda a espécie de guerreiros. Mané, chefe
dos Mosquitos, andava de um lado para o outro dando sinais de nervosismo. Um
mosquito mais pequeno entrou na sala real e fez a vénia.
- Que notícias me trazes? – questionou Mané de imediato – Há
colmeias ou não?
- Meu senhor – começou o mosquito da guarda real – As colmeias
estão a fazer um preço demasiado alto.
- Como assim?
- Como sabe, o seu irmão Bidé entrou muitas vezes em
confronto com as colmeias – explicou o guarda – Elas querem o seu irmão.
- E, se eu anuir? – interrogou Mané sorrindo – Teremos as
colmeias do nosso lado?
- Certamente, meu senhor.
- Então, tragam cá o meu irmão!
Sem comentários:
Enviar um comentário